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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Penelope Lively - Álbum de Família

Penelope Lively tem vários romances premiados, foi três vezes nomeada para o Booker Prize, tento em 1987 conseguido conquistar o galardão com o romance Anel de Areia. Tem actualmente setenta e sete anos.
“ Há nove pessoas em Allersmead, nenhumas delas a mais de um metro ou dois de todas as outras, mas todas a milhas de distância nas suas cabeças, nos seus corações.” Nesta casa grande e velha vive uma enorme família. Para Alison, a mãe, a família está em primeiro lugar e por isso quantos mais forem melhor. O seu marido é um escritor que passa a vida no escritório. Ingrid é a empregada, e como Alison, afirma também faz parte da família. Allersmead parece ter todos os ingredientes para ser um família feliz e unida contudo, nem sempre as relações familiares são tão boas quanto muitos imaginam (“é numa família grande que aprendemos a fazer jogo sujo e a procurar ser o número um”), além disso, em Allersmead existe um segredo devastador, que todos sabem, mas minguem quer falar. Agora adultos, Sandra, Gina, Paul, Katie, Roger e a inconstante Clare regressam a casa e falam desse período da sua infância.
Contudo, Penelope Lively não aborda só o tema das relações familiares, entre outras coisas, fala do absurdo da guerra e critica duramente a actuação das Nações Unidas, fala-nos também do mundo da moda e como podemos ficar “estupidificados pelo glamour e pela importância do seu fascínio”. Vinte e três anos após ter vencido um dos mais importantes prémios literários do planeta, Lively da provas que ainda mantém muita qualidade nos seus trabalhos.
Boa leitura…

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Banqueiro Anarquista - Fernando Pessoa

Fez 75 anos no passado dia 30 de Novembro que Fernando Pessoa nos deixou. Nasceu a 13 de Junho de 1888. É considerado um dos melhores escritores Portugueses de todos os tempos. Pessoa destaca-se sobretudo na poesia. Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro são alguns dos heterónimos que utilizava.
“ Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa.” É desta forma que começa “O Banqueiro Anarquista”. Mas como pode um Banqueiro acreditar ser uma pessoa totalmente livre, vivendo sem ordens, não acreditando nem em sistemas nem em governos? Pessoa critica a sociedade e os sistemas inventados por esta que são para si ficções sociais (“a gente nasce homem ou mulher…não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante ou português ou inglês.”) Publicado há mais de oitenta anos, “O Banqueiro anarquista” antecipa a falta de valores que levaram à crise actual, (“ganhei muito dinheiro…não olhei a processos…empreguei tudo quanto há – o açambarcamento, o sofisma financeiro, a própria concorrência desleal”), antecipa a queda da União Soviética (“E você vera o que sai da revolução Russa… qualquer coisa que vai atrasar dezenas de anos a realização da sociedade livre…”), também assume-se como um não cristão (“Se eu fosse cristão”).
Esta é uma obra que nos faz pensar em que sociedade vivemos e sobretudo a sua justiça. A obra é, nesta altura, mais actual que há data da sua publicação.
Boa leitura…

sábado, 20 de novembro de 2010

Leite Derramado - Chico Buarque

Natural de umas das mais bonitas cidades do mundo, o Rio de Janeiro, Chico Buarque é músico, dramaturgo e escritor. Foi através da música que Chico saltou para as luzes da ribalta, o seu primeiro disco, editado em 1966, foi um enorme êxito. Em 1974 estreou-se no mundo da literatura com “Fazenda Modelo”, no entanto, só em 1994 é que publicou o seu primeiro romance intitulado “Estorvo”.
Em “Leite Derramado”, uma pessoa com bastante idade e de apelido Assumpção, está numa cama do hospital. Começa assim um monólogo que por vezes é dirigido a filha, outras vezes às enfermeiras e outras a quem o quiser ouvir. Nesses monólogos, que não estão organizados por ordem cronológica, Assumpção conta a história da sua família, recuando até “mil oitocentos e lá vai fumaça”, altura em que o seu avô era “um figurão do império”, também nos dá a conhecer o seu pai “ um republicano de primeira hora, íntimo de presidentes” fala-nos de si e da sua esposa, mas, também de Matilde, sua filha, que por, falta de dinheiro, até o jazigo dos Assumpção vendeu, ainda fala do neto que tanto gostava e que “um dia virou comunista”, contudo, ainda viveu tempo suficiente para conhecer o seu bisneto que viria a morrer todo nu dentro de um motel.
Tendo como pano de fundo a história do Brasil dos últimos 200 anos, o autor mostra-nos não só a decadência dos Assumpção, como o diferente tratamento que receberam os diversos membros da família, por pertencerem a classes sociais diferentes. Este novo romance dá mais força às vozes que reclamam para Chico o Prémio Camões.
Boa leitura…

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Bom Inverno - João Tordo

João Tordo nasceu em Lisboa em 1975. Em 2001 venceu o prémio Jovens Criadores na categoria de literatura e em 2009 foi galardoado com o Prémio Literário José Saramago com o romance “As Três Vidas”. “O Bom Inverno” é o seu quarto romance.
O narrador da história, um jovem escritor português frustrado e hipocondríaco, aceita ir a Budapeste dar uma conferência organizada para escritores europeus. Ao chegar conhece Vicenzo Gentile. Após várias tentativas frustradas, Gentile, convenceu-o a acompanha-lo até há Sabaudia, em Itália, a fim de conhecer Don Metzger, um famoso produtor de cinema que vive numa casa escondida no meio do bosque. Don é conhecido por gostar de reunir na sua casa convidados excêntricos e, também, por todos os anos fazer levantar balões de ar quente estranhamente vazios, construídos por Andrés Basco. D. Metzer não estava em casa quando chegaram, mas foram informados que estaria lá no outro dia de manhã. Após uma noite agitada, ao acordar recebem a notícia de que Don foi encontrado morto no seu próprio lago. Basco, ao saber da notícia, faz refém todos os que se encontravam em casa e avisa que só sairão quando o culpado pelo assassinato se confessar.
Um cadáver dentro de um balão de ar quente; onze pessoas, entre elas uma estrela de cinema e um realizador de filmes pornográficos, reunidas numa casa no meio do bosque e os seus passos a serem vigiados por um homem armado e disposto a matar quem infringisse as regas; pessoas assustadas, frágeis, egoístas que se acusam mutuamente, fazem deste romance um livro enigmático.
Boa Leitura…

domingo, 17 de outubro de 2010

O Padrinho - Mario Puzo


Se fosse vivo, Mario Puzo, teria comemorado noventa anos no passado dia quinze de Outubro. Filho de emigrantes sicilianos que no inicio do século XX partiram para os Estados Unidos da América, viria a nascer na mítica cidade de Manhattan, Nova Iorque. A sua infância foi passada num bairro pobre e violento, este facto influenciou-o bastante quando mais tarde tornou-se escritor. Após ter publicado dois livros em que não obteve grande sucesso junto do público, recebeu uma proposta irrecusável: receberia cinco mil dólares adiantados para escrever um livro sobre a máfia. Em 1969 “O Padrinho” chegava às bancas, tornando-se rapidamente num best-seller, mais tarde a livro foi adaptada ao cinema por Francis Ford Coppola. Puzo morreu a dois de Julho de 1999, tinha setenta e oito anos.
A história decorre entre 1945 e 1955. Nos Estados Unidos o jogo ilegal era uma fonte de grande rendimento, mas só as famílias mais poderosas o controlavam. D. Vito Carleone lidera uma dessas cinco famílias. A droga começa a ser largamente consumida entre a população a as famílias poderosas vêem nela uma oportunidade de expandir os seus lucros. Mas D. Carleone teme os efeitos de entrar nesse negócio e acaba por recusar. Essa recusa leva-o a entrar em guerra com as outras famílias. Nessa guerra, que não tem fronteiras, o autor dá-nos a conhecer o submundo da máfia.
Influências políticas, judiciais e policiais; a honra familiar; o mundo do jogo ilegal; os favores; muitas mortes incluindo das pessoas mais poderosas, fazem de “O Padrinho” um dos melhores romances policiais de todos os tempos.
Boa leitura…



sábado, 2 de outubro de 2010

Pensageiro Frequente - Mia Couto


Filho de portugueses que emigraram para Moçambique em meados do século XX, Mia Couto nasceu na Beira em 1955. É o autor moçambicano mais traduzido no mundo. O seu primeiro romance, “Terra Sonâmbula”, foi considerado em 1995 um dos doze melhores livros africanos do século XX. Em 1999 foi galardoado com o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra. “Pensageiro Frequente” é o seu mais recente livro, nele, o leitor pode encontrar uma compilação dos textos escritos por si na revista Índico, a revista de bordo das Linhas Aéreas de Moçambique.
Ao colaborar com a revista Índico, Mia Couto tinha um objectivo: “Fazer com que o meu país voasse pelos dedos do viajante, numa visita às múltiplas identidades que coexistem numa única nação.” Deste modo, através das suas crónicas, somos levados a conhecer os mais variados locais de Moçambique, mas o autor não nos dá a conhecer apenas isso, pois também fala-nos dos habitantes locais e dos seus costumes. Assim somos convidados a conhecer a Beira, terra natal do escritor. Em Nacala, na praia de Fernão Ferro, vamos visitar as baleias. Para os habitantes de Matutuíne a biodiversidade pode ser uma palavra desconhecida, mas para os biólogos é um lugar único de estudo. Da Ilha de Bazaruto, fala-nos da sua cadeira de dunas e dos crocodilos que habitam as lagoas da ilha. Muitos sítios, muitas histórias deste passageiro em viagem por Moçambique.
“Pensageiro Frequente” porque além de Mia Couto viajar frequentemente pelos mais diversos sítios de Moçambique, não se limita a isso, também faz reflexões sobre os locais por onde passa.
Boa leitura...

sábado, 18 de setembro de 2010

Mataram o Sidónio - Francisco Moita Flores

No ano do Centenário da República, Francisco Moita Flores, recorda uma das figuras mais emblemáticas da 1º Republica, o Presidente Sidónio Paes. “Mataram o Sidónio”, além de ser uma reconstituição histórica de Lisboa no rescaldo da Grande Guerra é, acima de tudo, uma investigação sobre os mistérios que envolveram o assassinato do então Presidente da República.
Decorria o ano de 1918, “a influenza fustigava impiedosamente a cidade desde o inicio de Outubro, lançando o medo e a morte por toda a parte. Por cada dia que se passava, surgiam mais xailes negros pela rua, homens de cenhos carregados de tragédias, e Lisboa, ainda sobre a pressão dos efeitos traumáticos da Grande Guerra, esvaída de fome, gania prantos e mortos breves, tão apressadamente que dir-se-ia que Deus apenas lhes dera vida para que a morte os levasse. Os cemitérios não davam vazão à enchente…”. É neste ambiente hostil que Sidónio Pais toma o poder pela via da força. Amado por uns, odiado por outros, aquele que viria a ser conhecido por Presidente-Rei é assassinado na estação do Rossio a 14 de Dezembro de 1918, contudo, a história do homicídio de Sidónio Pais nunca foi bem explicada. Baseado em documentos da época, Francisco Moita Flores investiga o assassinato do presidente utilizando as técnicas forenses.
Será que o assassinato de Sidónio foi como os jornais de então noticiaram? Ou será que por vezes o que dizemos que vimos com convicção não corresponde à verdade? “Mataram o Sidónio” é uma historia única para um romance que se lê num folgo.
Boa leitura…

sábado, 4 de setembro de 2010

A Cidade e as Serras - Eça de Queirós

No passado dia 16 de Agosto, fez cento e dez anos que Eça de Queiroz faleceu. Natural da Povoa de Varzim, nasceu a 25 de Novembro de 1845. Fez os primeiros estudos no Porto mas foi em Coimbra que se formou em Direito. Mais tarde, em 1870, passou a ser cônsul português em Havana, exerceu a mesma profissão em Newcastle, Bristol, e a partir de 1888 em Paris, cidade em que viria a falecer, tinha na altura cinquenta e quatro anos. São vários os seus livros que são hoje considerados clássicos da literatura. “Os Maias” é um livro obrigatório na disciplina de Português de 11º ano. “A Cidade e as Serras” é um romance escrito nos seus últimos anos de vida e publicado apenas um ano após a sua morte.
"O Homem pensa ter na cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria.” Jacinto era um representante típico das novas elites que em Paris, nos finais do século XIX, acreditavam na civilização do luxo e da razão soberana, contudo, José Fernandes, amigo desde infância de Jacinto, ao ir viver para o celebre 202 dos Campos Elísios, começa a verificar que este “sofre de fartura”, pois todo aquele luxo, toda aquela civilização já não o faz feliz. Jacinto parte para Portugal, para a aldeia de Tormes, com o pretexto de transladar os restos mortais de seus avós. Ao chegar apaixona-se pela serra e nunca mais volta a Paris.
Se no início da sua vida Jacinto apenas acredita que se pode ser feliz no luxo da cidade, é na serra que constitui família e acaba por ser feliz. Na aldeia ainda passa a ser conhecido como “pai dos pobres”.
Boa leitura…

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Luís Lourenço - Mourinho a Descoberta Guiada


Amigo próximo de José Mourinho á várias décadas, Luís Lourenço é o autor dos únicos dois livros oficiais do treinador português. As suas obras encontram-se traduzidas em inglês, japonês, grego, turco e italiano. O seu mais recente trabalho, “Mourinho a Descoberta Guiada”, além de contar com a participação do próprio José Mourinho, contou ainda com a colaboração especial de Didier Drogba, Deco, Vitor Baía e Jorge Costa jogadores carismáticos que foram liderados pelo treinador natural de Setúbal.
O autor explica-nos de uma forma simples e prática todos os principais factores que fazem de Mourinho um líder reconhecido mundialmente e ajuda-nos a compreender como é que esses mesmos factores podem ser aplicados ao mundo das empresas e das organizações em geral. Motivação e liderança; definição de estratégias e alinhamento de objectivos; potenciar o trabalho de equipa para a obtenção de elevado rendimento; colocar o interesse da equipa acima de interesses individuais; são temas abordados ao longo do livro.
Mourinho dá alguns exemplos: para ele não á jogos fáceis, por isso, todos os jogos são preparados da mesma forma. Acredita que os jogadores só podem jogar no limite se treinarem no limite. Também, apenas acreditando intrinsecamente que se ganha é que se pode ganhar. Crê ainda, que um líder moderno não se posiciona no “topo da pirâmide”, mas sim no centro do círculo. Partindo destes exemplos, entre outros, Luís Lourenço explica-nos como a forma de liderança de Mourinho pode ser aplicada no mundo empresarial.
Boa leitura…

domingo, 8 de agosto de 2010

Valter Hugo Mãe - a máquina de fazer espanhóis




               Aos 38 anos, “a máquina de fazer espanhóis” é o quarto romance de Valter Hugo Mãe. Natural de Saurimo, em Angola, o autor vive actualmente em Vila do Conde. Faz da sua forma de escrever uma “imagem de marca” pois nunca utiliza as maiúsculas nos seus trabalhos. Segundo o autor, com isso, consegue estar mais próximo do modo como falamos, pois as pessoas não falam com maiúsculas. Em 2007 foi galardoado com o Prémio Literário José Saramago.
              “a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa mesma tarde, trouxeram a imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma.” E foi assim que o senhor Silva chegou ao “feliz idade”, nome que tinha o lar para onde foi viver. Esta é uma história trágica e divertida de alguém, que aos 84 anos, vê toda a sua vida transformada após a morte da “mulher que amou e com quem partilhou tudo durante meio século.”
               Um livro polémico e bastante corajoso onde o autor critica os lares (“feliz idade, assim se chama o matadouro para onde foi metido”), critica também a crença em Fátima e em Deus (“não há nossa senhora, não há deus, e fátima é só um lugar onde as pessoas ficaram doentes da cabeça”), fala da nossa história, mas é, sobretudo, uma crítica a sociedade actual e ao modo como lidamos com os nossos idosos.
Boa Leitura…

sábado, 17 de julho de 2010

Manuel Alegre - O Miúdo que Pregava Pregos numa Tábua


Natural de Águeda, Manuel Alegre nasceu a 12 de Maio de 1936. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito de Coimbra. Em 1963 foi preso pela PIDE, onde esteve seis meses na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda. Foi vice-presidente da Assembleia da República de 1995 a 2009. A sua obra inclui romances, contos, ensaios, mas é, sobretudo, a poesia que caracteriza o autor. São vários os prémios literários conquistados por si, entre os quais se destaca o Prémio Pessoa.
“Um livro é como uma estrada, muitas são as curvas, ora avança ora recua.” Com este seu novo trabalho, Manuel Alegre, avança e recua no tempo para nos contar histórias e aventuras da sua vida. De uma dessas histórias nasceu o nome do livro, o Miúdo que Pregava Pregos numa Tábua, contudo, o autor avisa-nos logo no início da obra que “ninguém ao certo sabe quem é nem se o que foi chegou a ser ou se é fruto da imaginação ou de algo que alguém contou não se sabe quando nem a quem”, por isso, fica a incerteza no ar, será que as histórias narradas no livro foram reais ou fruto da sua imaginação? Real, foi a promessa que nos revelou, “de dez em dez anos se olhará assim naquele ou noutro espelho para saber se será sempre o mesmo ou se o que parecerá sempre não poderá ser afinal outro. No rosto e no resto.”
Será que o miúdo que pregava pregos numa tábua seria o mesmo, agora mais velho, que ganharia corridas de natação? Ou o mesmo que queria continuar os Lusíadas? Também seria esse miúdo, que mais tarde em Paris no escaldante ano de 1968 descobriu que todos nós somos exilados políticos?
Boa leitura…