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sábado, 4 de abril de 2009

O Perfume História de um Assassino - Patrick Suskind


Patrick Suskind completou 60 anos no passado dia 26 de Março. Considerado controverso pela maioria da crítica, raramente dá entrevistas ou aparece em público, preferindo levar uma vida isolada.
“O Perfume, História de um Assassino” foi publicado pela primeira vez em 1985, a livro faz parte do Plano Nacional de Leitura e conta com cerca de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.
O estranho enredo passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades.
Jean-Baptiste Grenouille é o nome da personagem que provoca nojo, ódio, pena e admiração. Um parisiense que veio ao mundo no meio das tripas de peixes, atrás de uma barraca de feira. Possuía o nariz mais sensível do mundo, capaz de detectar as mínimas nuances de odores de qualquer tipo, em qualquer lugar, em qualquer situação. Mas que, ao contrário de todos, não possuía um cheiro corporal próprio.
Grenouille um dia encontra uma jovem, com um perfume totalmente diferente de todos os outros milhares de perfumes que ele guardava na memória, e acabará por matá-la, com as suas próprias mãos, de tanto desejar apoderar-se do seu odor. Mas, esta jovem é apenas uma das muitas jovens que o protagonista acaba por matar em busca do perfume perfeito.
Desde o momento inicial da leitura, somos carregados ao longo das páginas pelo mais primitivo dos nossos sentidos, o cheiro. A história é tão envolvente e bela que nos esquecemos que é retratada a história de um assassino.
Boa leitura…

domingo, 15 de março de 2009

Cem Anos de Solidão - Gabriel Garcia Marquez

No passado dia 6 de Março, Gabriel Garcia Marquez completou 82 anos. Protagonista de uma carreira de sucesso é um dos autores latino-americanos mais vendidos em todo o mundo.
Em 1982 a Academia Sueca reconhecia o valor de Gabo, nome pelo qual os amigos o tratam, atribuindo-lhe o Premio Nobel da Literatura.
O autor Colombiano trabalhou 14 meses consecutivos até terminar “Cem Anos de Solidão”. A obra foi publicado pela primeira vez na cidade de Buenos Aires em Maio de 1967, desde ai já vendou mais de 30 milhões de exemplares. Actualmente está traduzida em todas as línguas do mundo.
O livro desenrola-se na mítica cidade de Macondo, lugar remoto do interior da Colômbia, e conta a história da família Buendía durante um século. Pode ser entendido como uma alegoria da América Latina.
Um comboio carregado de cadáveres, uma população inteira que perde a memória, mulheres que se trancam por décadas numa casa escura, homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas. Muitas guerras e revoluções. A corrupção, as catástrofes, a loucura e inúmeros elementos maravilhosos fazem de “Cem Anos de Solidão”uma fábula de uma sociedade miserável e grandiosa.
Muitos falam da necessidade de se ler “Cem Anos de Solidão” com um bloco de apontamentos ao lado, com o intuito de se traçar a árvore genealógica da família Buendía, no entanto, a real essência está em ver a história além das suas personagens e entender o círculo que se fecha ante às previsões de um fim anunciado.
Como Pablo Neruda um dia disse “este é o melhor livro escrito em castelhano desde Quixote.”
Boa leitura…

quinta-feira, 5 de março de 2009

Estrela Errante - J. M. G. Le Clézio


Jean-Marie Gustave Le Clézio é um autor Francês que até ao passado mês de Outubro não era conhecido pela maioria dos portugueses.
“Estrela Errante” foi publicado pela primeira vez no nosso país em 1994, ficando apenas pela primeira edição. Após ter sido conhecida a atribuição do Premio Nobel da Literatura de 2008 a Le Clézio o livro foi novamente publicado em Portugal.
Verão de 1943, em França uma jovem rapariga judia vê-se obrigada a fugir da perseguição das tropas lideradas por Hitler. Juntamente com a mãe e com outros Judeus, Ester parte pelas montanhas, iniciando assim uma fuga pela sobrevivência. Todos têm o mesmo sonho, chegar á terra que na Europa dizem ser a sua, chegar a “Eretz Israel”.
Terminada a guerra e depois de ter estado em vários lugares e passado bastantes sofrimentos, parte finalmente a bordo do “Sette Fratelli” para o jovem Estado de Israel.
Passado alguns dias, a jovem judia segue numa coluna de camiões para Jerusalém. Numa das paragens que fazem no caminho para descansar, Ester vê um grupo de palestinianos a caminhar. Desse grupo uma rapariga bastante jovem aproxima-se de Ester, “tirou do bolso do casaco um caderno em branco com capa de cartão preto … escreveu assim o seu nome em letras maiúsculas: NEJMA. Estendeu o caderno e o lápis a Ester para que ela escrevesse também o seu… por fim sem pronunciar qualquer palavra, voltou para o grupo de refugiados que se afastava.”
Ester e Nejma, a judia e a palestiniana, nunca mais deixaram de pensar uma na outra.
Um livro que retrata o absurdo da guerra e o sofrimento tanto de judeus como de palestinianos, povos que tem sido humilhados por causa da desumanidade de muitos líderes mundiais.
Boa leitura…

After Dark, Os passageiros da Noite - Haruki Murakami


Haruki Murakami é um escritor japonês, nasceu em Quioto no ano de 1949. Em Portugal já foram publicadas diversas obras que, em conjunto, venderam mais de 100.000 exemplares.
A história que o autor nipónico conta-nos ao longo do livro “After Dark Os Passageiros da Noite” tem a duração de uma noite, decorre entre as 23:55 e as 05:50. O enredo tem lugar em Tóquio. Murakami constrói um ambiente poético, sombrio na fronteira entre o real e o surreal.
Meri e Eri são irmãs, no entanto são bem diferentes. Eri é extremamente bonita, desde muito cedo já tinha convites de revistas para ser fotografada. Meri é estudante, não tão bonita como a irmã mais velha, além disso, têm personalidades diferentes.
Apesar de Meri não ter uma relação muito próxima com a irmã, está preocupada com o seu estado, pois Eri há cerca de dois meses que está a dormir no seu quarto, ambas não sabem que Eri está a ser observada por alguém. Meri, ao contrário da irmã não tem sono, para passar as horas, deixa-se mergulhar num ambiente diferente daquele que esta habituada a frequentar, ai encontra personagens insólitas: uma prostituta chinesa vitima de agressão, um músico que já conhecia, a gerente de um hotel do amor, um técnico informático psicopata e uma empregada de limpezas em fuga.
Para enriquecer ainda mais o trabalho, o autor aborda ao longo do livro temas contemporâneos como o malefício do tabaco, o problema da comida fast-food, a prostituição e a sua organização, a pena de morte ou os crimes económicos e políticos.
Uma obra que debruça-se sobre a sociedade actual, consumista, capitalista em que as relações humanas são muitas vezes esquecidas.
Boa leitura…

sábado, 24 de janeiro de 2009

Palestina: Paz Sim. Apartheid Não - Jimmy Carter


Jimmy Carter, autor de “ Palestina: Paz Sim. Apartheid Não” foi o 39º presidente dos Estados Unidos (1977-1981).
Depois de deixar o cargo, fundou com a mulher, Rosalynn, o Centro Carter, organização sem fins lucrativos que procura prevenir e resolver conflitos, fomentar a liberdade e a democracia e melhorar a saúde em todo o mundo. Em 2002,a academia Sueca reconheceu “as décadas de esforços incansáveis no sentido de encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais”, atribuindo-lhe assim o Premio Nobel da Paz.
Neste livro, partilha o seu conhecimento pormenorizado da história do Médio Oriente e as suas experiências pessoais com os protagonistas da região e analisa as questões políticas mais sensíveis que muitos dirigentes e altos funcionários americanos têm evitado.
Para o Premio Nobel da Paz, o muro construído na Margem Ocidental funciona como prisão e impõe um sistema de apartheid entre árabes e judeus.
Segundo Carter, não haverá uma paz justa e duradoura na região enquanto, “alguns israelitas acreditarem que têm o direito de confiscarem e de colonizarem a terra pertencente aos árabes e tentam justificar a opressão e a perseguição dos palestinianos, que se sentem crescentemente desesperados e ofendidos, e alguns palestinianos respondem com elogios e honras aos bombistas suicidas, vendo-os como mártires que devem ser recompensados no céu e considerando como vitorias as mortes de israelitas”.
Este é um livro corajoso, polémico que nos desafia e nos faz pensar.
Boa leitura…

A Razão dos Avós - Daniel Sampaio


Daniel Sampaio nasceu em Lisboa em 1946. É, além de escritor, um consagrado psiquiatra. Em 1997, tornou-se professor da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Autor de diversos livros de sucesso, em que se destacaram “Inventem-se Novos Pais”que já vai na 15 º edição e “Vagabundos de Nós”, obra que em 2004 foi adaptada ao teatro.
O seu mais recente livro tem como titulo “A Razão dos Avós”e já conta com mais de 60.000 exemplares vendidos em Portugal.
O seu novo trabalho questiona o papel dos avós na actual sociedade. Serão transmissores de afectos sem regras ou, pelo contrário, a garantia da continuidade da família? Os valores que cimentam a história de uma geração devem ser esquecidos ou, pelo contrário, transmitidos aos mais novos? Como se pode educar nos tempos de hoje, em que alguns reclamam mais autoridade e outros parecem recear a palavra? Estes são algumas das razões discutidas no livro.
Ao partir de uma pesquisa aprofundada sobre as suas próprias raízes familiares, Daniel Sampaio centra-se no papel dos avós no quotidiano familiar.
Na opinião do escritor, numa sociedade onde os pais têm cada vez menos tempo para estar como os filhos, quando verificamos que em cada 100 casamentos 48 acabam em divórcio, são os avós, muitas vezes, que permitem a continuidade da família e são os garantes dos valores familiares que asseguram o futuro.
Sampaio conclui, “a razão é dos avós, porque são aqueles que a experimentaram na vida e a souberam organizar com evolução dos tempos: mesmo quando não têm estudos, trazem sabedorias e sabem como devem educar. E não «estragam» ninguém com o seu amor: gratificam mas também disciplinam.”
Um livro para ser lido por toda a família.
Boa leitura.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Novo Paradigma Para Os Mercados Financeiros - George Soros


O mais recente livro de George Soros, trata de um tema que está na ordem do dia, a crise dos mercados financeiros e as suas implicações.
Soros é conhecido pelas suas actividades enquanto especulador, chegando a ganhar 1 Bilião de dólares num único dia ao prever a desvalorização da libra, também é famoso pela sua actividade filantrópica, no entanto, ganhou ainda mais projecção internacional ao doar montantes elevados para tentar que o Presidente George W. Bush não fosse reeleito em 2004.
Apesar do grande sucesso como investidor, o autor de “O Novo Paradigna Para os Mercados Financeiros” quer ser lembrado como um grande filósofo.
O novo livro é um corolário das ideias que Soros vem reunindo há mais de uma década. Depois de se tornar bilionário escreveu vários livros batendo sempre na mesma tecla: a imperfeição dos mercados financeiros e a iminência de uma grande crise global.
Soros põe em causa os pressupostos da concorrência perfeita mas, ainda mais os do conhecimento perfeito “O paradigma actual, nomeadamente aquele que afirma que os mercados financeiros tendem para o equilíbrio, é tão falso como enganador.” O autor propõe assim um novo paradigma, a teoria da reflexividade.
O modelo que defende (teoria da reflexividade) baseia-se na relação entre o pensamento e a realidade “Eu analisei a relação entre pensamento e realidade introduzindo duas funções que conectam em direcções opostas.” Soros conclui “os equívocos e as interpretações erradas têm um papel essencial na moldagem do curso da história.”
Um livro fundamental para percebermos como chegámos há actual crise financeira.
Boa leitura…

A Lâmpada de Aladino - Luis Sepúlveda



O novo livro de Luis Sepúlveda “A Lâmpada do Aladino e outras histórias para vencer o esquecimento” marca o regresso do autor ao mundo da ficção.
Autor de diversos livros de sucesso, onde se destacou O Velho que Lia Romances de Amor, o escritor chileno é um dos autores Sul-Americanos mais acarinhados pelos leitores portugueses, a prová-lo está o novo livro já encontrar-se na 3ª edição. O mesmo foi editado pela primeira vez a 28 de Outubro de 2008.
“Enquanto os nomearmos e contarmos as suas histórias, os nossos mortos nunca morreram,”diz a certa altura uma personagem. Foi precisamente para resgatar do esquecimento momentos, lugares e existências irrepetíveis que o autor escreveu o seu livro. Sepúlveda é um “contador de histórias”, como se auto-reconhece.
O autor leva-nos por várias viagens, desde o calor do Carnaval do Rio de Janeiro ao frio da Patagónia e de Hamburgo, da recôndita fronteira do Peru, Colômbia e Brasil, à capital do seu país, Santiago do Chile ou a nova biblioteca de Alexandria no Egipto.
Ao lermos “A Lâmpada de Aladino” descobrimos, como por magia, treze magníficos contos.
Um bom presente de natal para quem gosta de viver bons momentos.
Boa leitura…

A Viagem do Elefante - Jose Saramago


Partindo de uma história real, o novo livro de José Saramago conta a história da viagem de um elefante indiano, que já se encontrava em Portugal á dois anos e que foi oferecido pelo Rei João III ao seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V. A caminhada aconteceu no século XVI entre Lisboa e Viena.
No entanto, o autor ressalva: “Aquilo que deu sentido, literariamente falando, há vida do elefante e sem a qual provavelmente o livro não teria existido é o final da vida do elefante. Se quando o elefante morre não lhe tivessem cortados as patas dianteiras para fazer delas bengaleiros, provavelmente o livro não tinha sido escrito.”
Com base nesses escassos elementos históricos e sobretudo valendo-se da sua poderosa imaginação, o vencedor do Premio Nobel da Literatura de 1998 escreveu o seu novo livro - A Viagem do Elefante.
Para além do livro ter mais de 250 páginas, o autor prefere chamar-lhe conto em vez de romance “porque falta uma história de amor”, Saramago ironiza “o elefante não conhece nenhuma elefanta no caminho.”
Porque todos nós um dia perdemos as “patas dianteiras”, o conto A Viagem do Elefante é um livro a não perder
Boa leitura…