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terça-feira, 17 de maio de 2011

O Anjo Branco - José Rodrigues dos Santos

Ao longo da sua carreira, José Rodrigues dos Santos, já vendeu mais de um milhão de livros. É, além de escritor, jornalista na RTP. Também lecciona jornalismo na Universidade Nova de Lisboa. Como repórter de guerra foi três vezes premiados pela CNN e duas pelo Clube Português de Imprensa. “ O Anjo Branco” é o seu mais recente livro.
Lisboa organizava uma das maiores exposições mundiais; as tropas de Hitler invadiam vários países europeus e milhares de refugiados, sobretudo judeus, esperavam na nossa capital por um barco que os levasse até a América; no país é decretado o racionamento de comida. É neste difícil ambiente que José Branco passa a sua juventude.
Durante os anos 60, Branco parte para Moçambique para exercer a sua profissão de médico. Em Lourenço Marques, Ronco, um amigo seu, é mal tratado por um superior hierárquico só pelo facto de ser negro, por defende-lo, José vê-se obrigado a partir para Tete. Localizado no interior de Moçambique, Tete é um dos locais onde a guerra está mais activa. José Branco adapta-se bastante bem a cidade e cria o Serviço Médico Aéreo de forma a levar os cuidados de saúde ao maior número de pessoas possíveis, José transforma-se num “Anjo Branco” pois presta serviço médico a todos, independentemente da sua raça, crença religiosa, ou nacionalidade. Até que um dia numa missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar, o massacre de Wiriyamu. “Nos filmes e nos livros os bons nunca eliminam mulheres nem crianças e só matam os maus em última instância. O mundo real não é assim.”
Um romance histórico, mas que pode-nos ensinar bastante para o nosso futuro.
Boa Leitura…

terça-feira, 3 de maio de 2011

Stéphane Hessel - Indignai-vos

Stéphane Hessel foi um dos heróis da Resistência Francesa. Durante a Segunda Guerra Mundial evadiu-se de um campo de concentração nazi, mais tarde, já como diplomata francês, foi um dos redactores da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Aos 93 anos decidiu escrever um livro polémico, onde alerta que a Europa avança na direcção de um enorme precipício. A edição portuguesa de “Indignai-vos” tem o prefácio de Mário Soares.
Stéphane Hessel dá como razão para indignar-nos o crescente fosso entre os muito pobres e os muito ricos; o estado do planeta; o desrespeito pelos emigrantes e pelos direitos humanos; a falsa liberdade de imprensa pois “os media estão nas mãos dos poderosos”; o fim de muitos direitos sociais conquistados depois da queda do nazismo, como o direito à saúde, ou o direito às reformas; e questiona: “Mas como é possível que actualmente (os estados) não tenham verbas para manter e prolongar estas conquistas quando a produção de riquezas aumentou consideravelmente desde a Libertação (do nazismo), quando a Europa estava arruinada?” Para Hessel vivemos actualmente “numa ditadura internacional dos mercados financeiros” em que os cidadãos não sabem quem comanda ou quem decide.
 “Infelizmente, a História dá poucos exemplos de povos que retiram lições da sua própria história” e é esse o medo do autor, que a Europa possa vir a passar pelo mesmo que já passou, para isso não acontecer cabe a cada cidadão indignar-se, obrigando os políticos a mudarem as suas actuais politicas, mas essa indignação deve sempre seguir o caminho da não-violência pois, segundo o autor, só aí reside a esperança.
Boa Leitura…