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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Tia Julia e o Escrevedor - Mario Vargas Llosa

                Há vários anos apontado como um dos possíveis vencedores do Premio Nobel, Mario Vargas Llosa viu, no passado mês de Outubro, ser-lhe atribuído o mais importante premio literário do planeta, tornou-se aos 74 anos o primeiro peruano a ser distinguido com o Nobel da Literatura.
                “Varguitas” é um jovem que trabalhava na rádio e estudava direito, tinha o sonho de um dia ser escritor. Apaixona-se loucamente por uma mulher com o dobro da sua idade e que é sua tia. Contudo, vão ter toda uma sociedade a tentar impedir o casamento entre si. Ao mesmo tempo conhece na rádio Pedro Camacho, o escrevedor Boliviano mais afamado no Peru e que o vai inspirar como escritor. As novelas de Camacho batem todos os recordes de audiências. Um dia a sua memória começa a falhar, por isso troca as personagens de um folhetim para o outro, mas os donos da rádio, “os empresários progressistas”, vendo as audiências aumentarem ainda mais por esse motivo, não lhe dão descanso, o boliviano trabalha de dia e de noite para poder escrever as novelas. Até que um dia Camacho comete um “crime imperdoável”: num terramoto morrem todas as personagens dos seus folhetins.
                Este livro é uma profunda crítica aos empresários que gerem os mídia que apenas se preocupam com as audiências, mesmo que isso signifique má programação no ar. Também critica duramente uma sociedade que só se interessa pelas desgraças alheias. Além da troca de personagens dever-se ao cansaço de Camacho, Llosa dá-lhes um duplo sentido, pois hoje podemos ser uma das pessoas mais respeitadas do país, mas amanhã não sabemos o que somos.
                Boa leitura…

13 comentários:

  1. Olá Tiago,
    Constato que continua com óptimas leituras.
    Já agora (que vergonha),ainda não me iniciei na leitura de Vargas Llosa. Qual a obra que sugere para início da descoberta?

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  2. Tiago, muito obrigada por nos presentear com este excelente blog!
    É sempre bom contar com uma boa sugestão de leitura.

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  3. Cara Teresa,

    Está é a minha primeira leitura de Vargas Llosa. Para mim é um livro genial, é curioso como ouso falar do caso Casa Pia e lembro-me de varias passagens do livro, também passei mais a compreender o que de facto são as novelas. Por aquilo que li, este é dos livros menos políticos do autor.
    A razão de ter escolhido este livro é simples, já o tinha antes de ser Nobel, era um livro da colecção da Sábado e que por isso pode comprar na altura por apenas um euro.

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  4. Paula,

    É sem dúvida uma obra a não perder. Para mim é um dos 10 melhores livros que li até hoje. O duplo sentido, na troca das personagens nas novelas de Pedro Camacho são fantásticas.

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  5. O facto de o livro ser (até que ponto?) autobiográfico é delicioso!

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  6. Carlos,

    Quando fiz esta sugestão não sabia que o livro era autobiográfico. Ao que parece Vargas Llosa apaixono-se na juventude por uma mulher mais velha, não era sua tia, mas ele para bem da história mudou esse aspecto.

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  7. Travessuras da Menina Má é maravilhoso!

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    1. Este ainda é o único livro que li do autor, mas garantidamente não vai ser o último.

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  8. Adorei as Travessuras da Menina Má. Já alguém leu a Conversa na Catedral? Recomendaram-me como sendo o melhor dele.

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    1. Olá Carla,

      Tal como escrevi em cima este foi o único livro que li de Mario Vargas Llosa. Nunca lemos tudo aquilo que queremos...

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  9. Tiago, adoro as suas dicas! De momento estou lendo "Se este é um homem" de Primo Levi e recomendo. Fala-se sobre um sobrevivente do holocausto, narrado pelo próprio. Mas gostaria muito que você me indicasse um romance, quero presentear minha tia de 68 anos, que é louca por romances... Anseio por sua dica! Desde já agradeço..

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