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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Franz Kafka - O Processo


Se fosse feita a vontade de Franz Kafka, “O Processo” nunca tinha sido editado. Antes de morrer, em 1924, o autor polaco tinha deixado ordem para queimarem todos os seus escritos, felizmente assim não o entendeu Max Brod. Ao editar a obra, Brod deu a conhecer ao mundo um autor que é hoje considerado um dos mais influentes do século xx. “O Processo” é considerado uma das suas melhores obras.
“Alguém devia ter caluniado Josef K., visto que uma manhã o prenderam, embora ele não tivesse feito qualquer mal.” É desta forma que ficamos a saber da detenção deste gerente de um importante banco.
Ao logo do livro, Kafka vai descrevendo o desenrolar deste processo, dessa forma, somos confrontados com temas como a corrupção, (“tem de tomar em consideração que eu, das minhas relações, retiro grandes vantagens para os meus clientes”); do “negócio” que é a justiça, (“também é possível que na esperança de me apanharem dinheiro finjam continuar o processo”); mas o autor não aborda apenas os temas referentes à justiça, fala também de preconceitos sociais, (“- Tem de ser casaco preto. – Se é isso que faz andar as coisas mais depressa, tenho realmente conveniência em vesti-lo”); da vida dupla de muita gente, (“durante a noite e até manha alta, servia à mesa numa cervejaria e, durante o dia, só deitada podia receber visitas”); da falta de ideais na politica, (“Pertenciam todos ao mesmo partido, só aparentemente divido em dois – o da esquerda e o da direita”); também fala de temas como o adultério, os “favores sexuais” para obter benefícios na justiça, mas é sobretudo a burocracia que é questionada neste livro.
Perto do final do livro, Kafka diz que todos nós trabalhamos num teatro, em cada profisão não somos mais do que isso: actores; também questiona se a mentira não esta a ser transformada em ordem mundial…o que sei é que ainda hoje muito do que é descrito no livro acontece, isso mostra como a sociedade, neste aspecto, pouco evoluiu desde então.
Boa leitura…

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gonçalo Cadilhe - 1 km de Cada Vez


Longe vai o tempo em que Gonçalo Cadilhe se fazia á estrada com um objectivo claro: chegar. O tempo que passava em cada sítio nunca podia ser muito, pois precisava de “coleccionar novos sítios” para depois “vender” o que ai tinha visto as mais diversas revistas.
Em 1 km de Cada Vez, encontra uma nova forma de viajar, “ao passo de caracol”, nome que chegou a pensar para este livro. Agora o tempo que está nos locais serve para neles reflectir sobre as suas histórias, ou ainda sobre os costumes e modos de vida das populações, tudo isto, sem a pressa de outros tempos. Ao longo do livro somos convidados a visitar vários locais do nosso planeta, como por exemplo, Khayletitsha, situada na África do Sul, é a maior favela do mundo e aí constata que, muitos anos depois do fim do apartheid, são apenas os negros que habitam aquela favela; numa viagem de autocarro entre Safi e Tanger fala sobre os filmes de Hollywood e afirma que são irreais; vai a Galápagos homenagear Darwin e fala sobre a Bíblia; no parque natural de Etosho chega a conclusão que os resorts são vedados á realidade que os rodeia.
São quinze meses de viagem em que Cadilhe passou pelos mais fabulosos e longínquos recantos do planeta como o Sudoeste Asiático, a América Central, a Polinésia, as Caraíbas, a Oceânia e ainda por vários sítios de África, mas ele não é um turista como a maioria, pois a realidade que retrata é sempre a realidade das populações que habitam os mais diversos locais e essa é uma realidade bem diferente daquela que os turistas estão habituados a ver.
Boa leitura…

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Miguel Sousa Tavares em No Teu Deserto

"Claudia! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails, e contactos no facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio, falam sem cessar; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertios, "leves", dispóníveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão."

Excerto página 119

Sugestão de leitura de No Teu Deserto de Miguel Sousa Tavares:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/No%20Teu%20Deserto

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

14 Fevereiro: Data para também recordar a Violência no Namoro

Como é possível em pleno século XXI estes números serão tão elevados...é dramático.


"Dados resultantes de estudos nacionais acerca da violência nos relacionamentos de namoro revelam-nos que 1 em cada 4 jovens, com idades compreendidasentre os 13 e os 29 anos, já foi, pelo menos uma vez,vítima de um comportamento abusivo nos seus relacionamentos de namoro (dados de um estudorealizado na Universidade do Minho em 2008 ecoordenado pela Prof. Carla Machado)"

Fonte APAV 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Invisível - Paul Auster


Foi como tradutor que Paul Auster iniciou a sua carreira, confessa que ganhava menos nessa altura que um vendedor de hambúrgueres, mas, foi através da experiência adquirida com esse trabalho que ganhou maturidade para posteriormente publicar as suas obras. É hoje um dos nomes mais consagrados da literatura norte-americana. Em 2006 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias. A sua obra encontra-se traduzida em trinta línguas.
Três narradores contam a história que decorre entre 1967 e 2007 e se desenrola em Nova Iorque, Paris e uma Ilha das Caraíbas. O autor transporta-nos até á Primavera de 1967, um jovem que sonhava ser poeta chamado Adam Walker conhece Rudolf Born e a sua esposa Margot, Born é uma personagem enigmática, nas conversas que tem com Walker consegue comparar a conquista da América aos índios com o projecto que Hitler tinha para a Europa, defende Fidel Castro mas ataca o comunismo e ainda avisa Walker que os poetas passam fome. Walker é convidado a ir a casa de Born e aí desenrola-se um triângulo amoroso cujas consequências são irreversíveis. Mas, Walker também se revela numa pessoa misteriosa. Born será a pessoa visível e invisível de Walker ao longo de todo do livro.
Um homem assassinado depois de ter tentado assaltar duas pessoas, o professor que deixa a universidade onde está em menos de uma semana, um homem que pratica sexo com a sua irmã e um pessoa a tentar conquistar a filha de uma ex-mulher sua, fazem do décimo quinto romance de Paul Auster um livro intrigante.
Boa leitura…  

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Obrigada Teresa,

Selo Liebster Blog, significa querido, amado, favorito, em alemão.


Este selo foi-me oferecido pela Teresa Dias, do blog http://roldeleituras.blogspot.com/
Mais do que a oferta deste selo, tenho-lhe a agradecer os comentários sobre livros que publica no seu blog. Certos livros, se os li foi por causa das suas opiniões.
O meu muito obrigada por tudo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

José Saramago, Cadernos de Lanzarote

Não consigo é mais forte do que eu....
Cada vez que pego num livro de Saramago apenas para ler algumas páginas, acontece-me sempre a mesma coisa, acabo por o ter que levar comigo e lê-lo todo.
Cadernos de Lanzarote Diário II é só mais um exemplo do que sempre acontece.

Sugestões de leitura e citações de livros de Saramago:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/Jose%20Saramago