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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Philip Roth - A Humilhação


Aos 78 anos Philip Roth foi, sem surpresa, galardoado com o Man Booker International Prize, premio que distingue bianualmente um escritor de língua inglesa pelo conjunto da sua obra. Este prémio é a mais importante distinção literária para escritores que originalmente escrevem na língua de Shakespeare. “A Humilhação”, trigésimo livro do autor, é o seu mais recente trabalho.
“No passado, quando representava não pensava em nada. Aquilo que fazia bem fazia-o por instinto. Agora pensava em tudo, e aniquilava tudo o que era espontâneo e vital.” Simon Axler era um dos melhores actores do teatro América, só que de um dia para o outro as coisas deixaram de correr bem, Axler já não conseguia subir ao palco. Acaba por ir fazer tratamentos para um hospital psiquiátrico, a partir dai, são varias as histórias que o autor nos conta em que as personagens tem em comum o facto de terem sido humilhadas.
 “Os temas antigos da literatura dramática: incesto, traição, injustiça, crueldade, vingança, ciúme, rivalidade, desejo, perda, desonra e luto” são ainda hoje bastante actuais. É desses tipos de humilhação que Roth nos fala ao longo do livro.
Um homem que é abandonado pela sua esposa; uns pais que não aceitam que a filha tenha uma relação com um homem 20 anos mais velho; um homem que vê a sua companheira troca-lo por uma mulher; uma mãe que vê a filha ser violada pelo seu marido são exemplos das diversas formas que levam as personagens de Roth a sentirem-se humilhadas.
“O suicídio é um tema que os dramaturgos abordam com temor reverencial desde o século V a. C., fascinados pelos seres humanos que são capazes de gerar emoções que possam inspirar tão extraordinário acto.” Será que Axler resistirá à tentação do suicídio, e as outras personagens, como é que se vão recompor da humilhação de sentiram?
Boa Leitura…

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Como Água para Chocolate - Laura Esquivel

            
             Laura Esquivel nasceu na Cidade do México a 30 de Setembro de 1950. “Como Água para Chocolate” é o seu maior sucesso. O livro foi adaptado ao cinema em 1992, conseguindo ser nomeado para o Óscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
             Pedro dirige-se a casa da Mamã Elena para pedir a mão em casamento de Tita de La Garza. Só que Tita é a filha mais nova e segundo uma tradição mexicana as filhas mais novas não se podem casar nem ter filhos, ("Sabes muito bem que por seres a mais nova das mulheres cabe-te a ti cuidares de mim até ao dia da minha morte"), Mamã Elena recusa de imediato a oferta, mas diz que Rosaura, a filha mais velha, já está na idade de se casar, e caso Pedro queira, concede-lhe a sua mão em casamento. Estranhamente Pedro aceita, mas apenas para um fim, estar mais próximo de Tita.(Então vais-te casar sem sentir amor? Não, papá, caso-me sentindo um imenso e imorredoiro amor por Tita.) Tita encontra na cozinha um refúgio para o seu caso, mas os seus cozinhados tem poderes especiais, muito especiais.
            Um bolo que faz toda a gente chorar; uma mulher que nunca teve filhos e que estranhamente tem leite nas mamas; uma mãe que após morrer, reaparece muitas vezes; uma mulher que estando grávida, estranhamente deixa de estar; e muitos cozinhados com poderes especial transformam este livro numa enorme fonte de prazer para quem o lê. 
            Com uma escrita bastante apelativa e fácil de ler, esta obra não é apenas uma história bem contada pois tem várias passagens em que se questiona as mais diversas coisas. O ponto de vista da história é-nos sempre dado da aldeia onde vive toda a família de Tita, também é utilizado o realismo mágico como estilo de escrita, nestes aspectos a comparação com Cem anos de Solidão parece evidente, no entanto, esta obra, sendo um bom livro, está longe da profundidade do livro de Márquez.
            Boa leitura…

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Stéphane Hessel em Indignai-vos

Os responsáveis políticos, económicos, intelectuais e a sociedade em geral não podem desistir, nem deixar-se impressionar pela actual ditadura internacional dos mercados financeiros que ameaça a paz e a democracia.

Sugestão de leitura de Indignai-vos:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/05/stephane-hessel-indignai-vos.html

domingo, 18 de setembro de 2011

Eça de Queiroz em a Cidade a as Serras

Sim, é talvez tudo uma ilusão... E a Cidade a maior ilusão!
(...) Certamente, meu Príncipe, uma ilusão! E a mais amarga, porque o Homem pensa ter na Cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria.

Sugestão de leitura sobre A Cidade e as Serras:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2010/09/no-passado-dia-16-de-agosto-fez-cento-e.html

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Medina Carreira - O Fim da Ilusão

Actualmente com 80 anos, Medina Carreira é conhecido há vários anos por ser um crítico relativamente a caminho que o país seguiu. Chegou a ser apelidado de “profeta da desgraça”, ou de “Velho do Restelo”. O seu mais recente livro, além de uma análise sobre a actual situação económica e social, reúne os textos por si publicados desde 2001, que anteviam o actual cenário económico e social.
 “A situação é duríssima, e, doravante, só os tolos se deixaram enganar” segundo o antigo ministro das finanças, “chegou-se, assim, à beira da bancarrota, mais de um século depois da ultimo que conhecemos”. Para o autor, Portugal não tem apenas uma crise económica, também tem uma crise politica, pois "o sistema mostrou-se inapto para vencer as dificuldades”. Chega mesmo a afirmar que os actuais partidos “propiciam o aparecimento na cena politica de homens de segundo plano”. Bem ao seu estilo, sempre com frontalidade, falamos da actual situação na educação onde segundo este, faz-se “crer na possibilidade de aprender em poucos meses aquilo que só se pode aprender em alguns anos”.
            Na última crónica do seu livro, Medina Carreira deixa um aviso: “Sem resposta eficaz para o presente afundamento económico, a actual democracia mergulhará o nosso país numa confusão financeira e social, de efeitos dificilmente previsíveis, e acabará por ser substituída. Provavelmente, entre 2015 e 2020.” Por tudo isto, torna-se imperativo que o actual governo não falhe mais uma vez como aconteceu com os que o antecederam.
Boa leitura…

terça-feira, 13 de setembro de 2011

José Saramago em A Viagem do Elefante

O mesmo céptico, se aqui estivesse, não teria outro remédio que depor por um instante o seu cepticismo e reconhecer, Bonito gesto, este carnaca é realmente um bom homem, não há dúvida de que as melhores lições nos vêm sempre de gente simples.

Outras citações de Saramago:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/08/jose-saramago-cadernos-de-lanzarote.html

Sugestões de leitura de livros de Saramago:
A Viagem do Elefante:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2009/01/aviagem-do-elefante-jose-saramago.html
O Evangelho Segundo Jesus Cristo:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/06/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-jose.html

domingo, 4 de setembro de 2011

O Planalto e a Estepe - Pepetela

“O Planalto e a Estepe” é o mais recente trabalho de Pepetela. Natural de Angola, Pepetela é licenciado em Sociologia e é docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto. Em 1997 tornou-se o mais jovem autor a receber o Premio Camões.
Baseado em acontecimentos reais, ficcionado pelo autor, o livro conta a história de Júlio Pereira desde os anos 60 até aos nossos dias. Júlio nasceu em Angola, num Planalto. Cedo apercebe-se que existe racismo em Angola, pois na sua aldeia, discriminam os seus amigos por estes serem negros. Ainda bastante jovem deseja a libertação do seu povo da opressão do colonialismo. Depois de acabar o liceu, parte para Portugal para estudar em Coimbra, o regime salazarista obriga-o a ir lutar contra os revoltosos em Angola, como iria combater pelo lado contrário ao seu coração vai para Argel e mais tarde para Moscovo com o intuito de formar-se para depois ajudar na independência de Angola. Em Moscovo conhece Sarangel, uma jovem rapariga mongol, natural da estepe, filha de um ministro da defesa Mongol, que ao saber da notícia do namoro da sua filha com um jovem africano decide separá-los. Ao longo da sua vida Júlio apercebe-se que, infelizmente, existe discriminação entre todos os grupos sociais.
A partir do momento da separação, Júlio irá lutar apenas por duas coisas: por reencontrar Sarangel e por um futuro diferente para Angola.
Este é um romance sobre o triunfo do amor, contra todas as vontades e todas as fronteiras.
Boa leitura…