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domingo, 29 de julho de 2012

A Prisioneira de Teerão - Marina Nemat





“A Prisioneira de Teerão” conta a história de Marina Nemat uma mulher que conseguiu fugir do Irão.
Com 16 anos, Marina é detida pela polícia, pois tinha feito alguns artigos no jornal da escola a criticar o governo e protestou com a professora acerca da substituição da aula de matemática pela leitura do Corão. Marina é acusada de ser uma ameaça para a sociedade islâmica. Levada para Evin, uma prisão política Iraniana, é torturada e condenada à morte por traição, mas, um dos guardas prisionais, Ali, apaixona-se por ela e consegue que a sua pena seja revista para prisão perpétua. Este obriga-a a casar-se consigo, Marina consegue assim sair de Evin, mas, não alcança a liberdade…que passado alguns anos consegue encontrar.
De fácil leitura, esta história verídica lê-se como um romance, contudo, é um documento histórico que demonstra algumas das atrocidades cometidas por um dos governos mais tiranos da actualidade.
Boa Leitura...




quinta-feira, 26 de julho de 2012

Nova TV egípcia só tem apresentadoras de burka



"Há um novo canal de televisão no Egito. Até aqui nada de novo, não fossem as apresentadoras de noticiários usarem burkas.
Os proprietários do canal Al-ummah dizem que querem mudar a perspectiva social e dar oportunidades de trabalho a mulheres.
Mas não são só as pivots que envergam este tipo de vestuário que lhes deixa ver apenas os olhos. Atrás das câmaras, a burka também é de uso obrigatório.
Fonte: TVI

No inicio da "Primavera Árabe" existia a esperança que os povos do norte de África fossem libertados dos seus regimes ditatoriais, ao que parece Giuseppe Tomasi di Lampedusa tinha razão quando no inicio do século XX  afirmou: por vezes é preciso que todo mude para que todo fique na mesma.

 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Gonçalo Cadilhe em Um lugar Dentro de Nós

Sobre África...


"Outro ingrediente essencial é a tensão étnica, e como quase todos os países modernos de África foram decididos que existiriam durante uma célebre conferência de Berlim, em 1885; e como as suas fronteiras foram traçadas por esses conferencistas sem ter um mínimo de respeito ou conhecimento das culturas que as integravam, o resultado foi, com as décadas, catastrófico: «compatriotas» que não se conheciam, que não falavam a mesma língua, que não têm a mesma religião ou cultura e sobretudo «compatriotas» que não têm qualquer interesse ou gosto em pertencer à mesma pátria."

domingo, 15 de julho de 2012

Gonçalo M. Tavares em Um Homem: Klaus Klump

    
     "A minha mãe teve sete filhos. Morreram cinco. O outro é professor. É doente. Não podia ser soldado. Se eu fosse doente também não seria soldado. Sempre andámos juntos, eu e o mei irmão. Passámos livros um ao outro. Até aos dezasseis anos lemos exactamente os mesmos livros, mas ele desde criança que tossia.
     Só nos separámos com a guerra. Fui para o exército e ele ficou em casa, doente. A partir do ínicio da guerra começámos a ler livros diferentes. Já não faço ideia dos livros que ele lê."

Excerto da página 66-67

Sugestões de leitura e citações de livros de Gonçalo M. Tavares:
http://sugestaodeleitura.blogspot.pt/search/label/Gon%C3%A7alo%20M.%20Tavares

sábado, 7 de julho de 2012

Nome de Toureiro - Luis Sepúlveda


Há já alguns anos que não lia livros de Luis Sepúlveda. Nome de Toureiro foi o livro escolhido para regressar ao autor chileno.  
Este livro tem a estrutura de um policial. As personagens andam o livro todo à procura de sessenta e três moedas de ouro que tinham desaparecido durante a Segunda Guerra Mundial. Para as descobrirem o autor leva as personagens aos mais variados cantos do planeta, mas a Alemanha e o Chile são os dois países em destaque.
Na Alemanha, o Muro de Berlim já não existia, mas os alemães ainda continuam a ter atos racistas para com os emigrantes, Juan Belmonte, a personagens com nome de toureiro, é um exemplo disso. As sessenta e três moedas de valor incalculável trazem-no de regresso a Chile, país que já não vivia sobre a ditadura de Pinoche, aí recorda-nos as torturas e os presos políticos que houve nesse país. Com o regresso terá oportunidade de ver o amor da sua vida, mas será que o serviço a que se comprometeu ira-se sobrepor ao seu coração?
Na minha opinião, neste estilo literário Supelveda está muito longe de outros autores do mesmo género. Não existe suspense, além disso, a forma como certas tarefas são descritas levam o leitor a pensar que são muito simples quando na realidade não o são. Escritores como Dan Brown ou Mario Puzo são bem melhores neste género literário. Dos livros quer li de Sepulveda gostei do Velho que lia Romances de Amor e da História de um Gato que Ensinou a Gaivota a Voar. A Lâmpada de Aladino; Rosas de Atacama e este Nome de Toureiro são de qualidade duvidosa, mas claro isto é apenas a minha opinião.

        

domingo, 1 de julho de 2012

O Quarto de Jack - Emma Donoghue


            A residir no Canada, Emma Donoghue é uma jovem escritora irlandesa de quarenta e quatro anos. O seu mais recente trabalho, O Quarto de Jack, foi finalista do Man Booker Prize e do Orange Prize, dois dos mais prestigiantes prémios para escritores de língua inglesa.
            Aquela que viria a ser a mãe de Jack é raptada por “Nick Mafarrico”.
            A partir desse dia passa a viver num quarto com apenas onze metros quadrados, a sua única ligação ao exterior é uma televisão e a claraboia instalada no teto do quarto. Quase todos as noites o homem vai ao quarto e viola a jovem.
            “Julga que somos objetos que lhe pertencemos, já que o Quarto é dele.”
            O livro começa quando Jack faz cinco anos, ele é o narrador da história, esse facto leva a que o livro tenha uma linguagem muito acessível. Para ele a realidade do mundo é apenas aquele quarto.
            “Ensinei ao Jack que o mundo media 7 metros quadrados e que tudo o resto, tudo o que via na televisão ou ouvia ler do punhado de livros, não passava de fantasia.”
            Após ter levado a cabo um plano imaginado pela mãe, Jack consegue sair do Quarto e alertar as autoridades. A partir desse dia Jack vai conviver com o mundo exterior. Como é que se vai adaptar há nova realidade? Será que via querer regressar para o Quarto? Como é que a justiça vai lidar com a situação? E a comunicação social, terá ética ao lidar com um caso tão complexo, mas que ao mesmo tempo faz vender tantos jornais? Como reagirá a família da mãe à notícia do seu aparecimento quando pensava que estava morte? Será que somos livres, ou vivemos como os prisioneiros da Caverna de Platão?
            “As histórias são um tipo diferente da realidade.”
            A crueldade humana espelhada na figura de “Nick Mafarrico”, o amor entre mãe e filho, a liberdade que cada um de nós dispõe e o grau de conhecimento do mundo em que vivemos são outros dos temas em destaque neste livro.
         Além de ser uma história comovente e muito bem escrita não vejo o que vem acrescentar de novo á Caverna de Platão. Julgo que quem conhece essa obra, por vezes chega a adivinhar o que vem a seguir, pois a estrutura da história é a mesma. Quanto a mim tudo o que é escrito neste livro está na obra de Platão. Este livro peca e muito por isso.
           Boa leitura…