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sábado, 18 de setembro de 2010

Mataram o Sidónio - Francisco Moita Flores

No ano do Centenário da República, Francisco Moita Flores, recorda uma das figuras mais emblemáticas da 1º Republica, o Presidente Sidónio Paes. “Mataram o Sidónio”, além de ser uma reconstituição histórica de Lisboa no rescaldo da Grande Guerra é, acima de tudo, uma investigação sobre os mistérios que envolveram o assassinato do então Presidente da República.
Decorria o ano de 1918, “a influenza fustigava impiedosamente a cidade desde o inicio de Outubro, lançando o medo e a morte por toda a parte. Por cada dia que se passava, surgiam mais xailes negros pela rua, homens de cenhos carregados de tragédias, e Lisboa, ainda sobre a pressão dos efeitos traumáticos da Grande Guerra, esvaída de fome, gania prantos e mortos breves, tão apressadamente que dir-se-ia que Deus apenas lhes dera vida para que a morte os levasse. Os cemitérios não davam vazão à enchente…”. É neste ambiente hostil que Sidónio Pais toma o poder pela via da força. Amado por uns, odiado por outros, aquele que viria a ser conhecido por Presidente-Rei é assassinado na estação do Rossio a 14 de Dezembro de 1918, contudo, a história do homicídio de Sidónio Pais nunca foi bem explicada. Baseado em documentos da época, Francisco Moita Flores investiga o assassinato do presidente utilizando as técnicas forenses.
Será que o assassinato de Sidónio foi como os jornais de então noticiaram? Ou será que por vezes o que dizemos que vimos com convicção não corresponde à verdade? “Mataram o Sidónio” é uma historia única para um romance que se lê num folgo.
Boa leitura…

sábado, 4 de setembro de 2010

A Cidade e as Serras - Eça de Queirós

No passado dia 16 de Agosto, fez cento e dez anos que Eça de Queiroz faleceu. Natural da Povoa de Varzim, nasceu a 25 de Novembro de 1845. Fez os primeiros estudos no Porto mas foi em Coimbra que se formou em Direito. Mais tarde, em 1870, passou a ser cônsul português em Havana, exerceu a mesma profissão em Newcastle, Bristol, e a partir de 1888 em Paris, cidade em que viria a falecer, tinha na altura cinquenta e quatro anos. São vários os seus livros que são hoje considerados clássicos da literatura. “Os Maias” é um livro obrigatório na disciplina de Português de 11º ano. “A Cidade e as Serras” é um romance escrito nos seus últimos anos de vida e publicado apenas um ano após a sua morte.
"O Homem pensa ter na cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria.” Jacinto era um representante típico das novas elites que em Paris, nos finais do século XIX, acreditavam na civilização do luxo e da razão soberana, contudo, José Fernandes, amigo desde infância de Jacinto, ao ir viver para o celebre 202 dos Campos Elísios, começa a verificar que este “sofre de fartura”, pois todo aquele luxo, toda aquela civilização já não o faz feliz. Jacinto parte para Portugal, para a aldeia de Tormes, com o pretexto de transladar os restos mortais de seus avós. Ao chegar apaixona-se pela serra e nunca mais volta a Paris.
Se no início da sua vida Jacinto apenas acredita que se pode ser feliz no luxo da cidade, é na serra que constitui família e acaba por ser feliz. Na aldeia ainda passa a ser conhecido como “pai dos pobres”.
Boa leitura…