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terça-feira, 26 de junho de 2012

Fernando Pessoa em O Banqueiro Anarquista


"Um nasce filho de um milionário, protegido desde o berço contra o infortúnio -  e não são poucos - que o dinheiro pode evitar ou atenuar; outro nasce miserável, a ser, quando criança uma boca a mais numa família onde as bocas são de sobra para o comer que pode haver. Um nasce conde ou marquês, e tem por isso a consideração de toda a gente, faça ele o que fizer; outro nasce assim como eu, e tem de andar direitinho como um prumo para ser ao menos tratado como gente. Uns nascem em tais condições que podem estudar, viajar, instruir-se - tornar-se (pode-se dizer)  mais inteligentes que outros que naturalmente o são mais. É assim por aí adiante, e em tudo..."

Excerto da pagina 12

Mais citações e sugestão de leitura de O Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa:

segunda-feira, 18 de junho de 2012

José Saramago deixo-nos há dois anos


     Faz hoje dois anos que José Saramago nos deixou, não morreu, porque pessoas como Saramago nunca morrem. Muitas vezes, foi através dos olhos deste homem que eu tomei conhecimento das maiores atrocidades que o ser humano é capaz de fazer.Não é do escritor que tenho mais saudades, para mim Saramago ainda tem muitos livros inéditos, pois ainda não os li todos, tenho bastante saudade é de ouvir as suas opiniões, sobretudo aquelas que publicava no seu blog.


Sugestões e citações de livros de Saramago:
http://sugestaodeleitura.blogspot.pt/search/label/Jose%20Saramago

domingo, 17 de junho de 2012

Némesis - Philip Roth



Philip Roth é um dos autores americanos mais premiados da atualidade. Recentemente foi-lhe atribuído o Prémio Príncipe das Astúrias. Em 2011 ganhou o Man Booker International Prize, o mais prestigiante prémio para escritores de língua inglesa. Némesis é o seu trigésimo primeiro livro.
Decorria o ano de 1944, milhares de soldados americanos combatiam na Europa. Bucky Cantor é dado como inapto para o serviço militar por causa de um problema de visão. O sonho de combater na Europa é-lhe negado, sendo um dos poucos da sua geração a ficar em Newark. Passa a ser monitor de um recinto de jogos, mas um surto de pálio toma conta da cidade. As notícias sobre a guerra ficam para segundo plano, agora toda a gente fala na doença.
“Comeu aqui um cachorro quente, foi para casa, apanhou a pólio e morreu, e agora toda a gente tem medo de cá entrar.”
O medo é paralisante, com ele surgem os boatos e o ser humano revela os seus piores preconceitos como o racismo ou o antissemitismo. (“Mas então os italianos? De certeza que foi os italianos!”).
Cantor é devastado por sentimentos como a culpa, o medo, o pânico, a revolta, a incredulidade, o sofrimento ou a dor. Não devia estar a combater na guerra? Deverá abandonar a cidade, deixando a sua avó sozinha para ir ter com a sua namorada a Indian Hill onde o vírus não existe? Abandonaria os rapazes da cidade, logo agora que ele era mais preciso? Será que podia ter evitado a epidemia?
Deus também é tema ao longo de todo o livro, se para uns é o refúgio que os pode salvar da desgraça, para outros é o culpado pela propagação do vírus da pólio assim como da guerra na Europa. No final do livro o autor deixa em aberto uma reflexão: Será que se não acreditarmos em Deus podemos responsabiliza-lo pelas desgraças no mundo?
Também já no fim do livro lembra os avanços da medicina. Felizmente hoje já existe vacina contra a pólio, contudo os sentimentos humanos, assim como os preconceitos parecem ser hoje os mesmos que eram no final da 2ª Grande Guerra.
Boa leitura…

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sobre os Malaquias de Andréa Del Fuego

     Quando li A Queda dum Anjo de Camilo Castelo Branco senti a mesma dificuldade que estou agora a sentir ao ler Os Malaquias de Andréa Del Fuego. Existem palavras que o significado não conheço, o brasileiro tem expressões que o português não tem, o contrário também é verdade. No entanto, nada que um dicionário online não resolva, pelo que tenho lido até agora está obra merece esse esforço.

Philip Roth venceu o Prémio Príncipe das Astúrias



O romancista judeu norte-americano Philip Roth venceu o Prémio Príncipe das Astúrias para as Letras, juntando mais uma prestigiada medalha à sua vasta colecção de prémios literários, à qual já só falta mesmo o Nobel da Literatura.


Fonte Jornal Publico.

   Gostei dos seus livros, é um autor que recomendo. Estou em crer que mais ano menos anos a Academia Sueca vai-lhe atribuir o maior galardão literário do mundo.


Ver sugestões e citações de livros de Philip Roth:
http://sugestaodeleitura.blogspot.pt/search/label/Philip%20Roth

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Principezinho - Antoine Saint-Exupéry



Decorria o ano de 1942, Antoine de Saint-Exupéry encontrava-se em Nova Iorque, é aí que escreve o Principezinho. No “velho continente”, as tropas alemãs comandadas por Hitler continuavam a devastar tudo à sua passagem. O escritor, também piloto de aviões, tinha participado nessa trágica guerra ao serviço do seu país, a França. Será essa a razão que o fez ficar tão desiludido com os seres humanos e escrever este livro?
Sete planetas visitou o principezinho; no primeiro morava um Rei, que tudo ordenava; no segundo vivia o vaidoso, que só ouvia os elogios; no terceiro havia um bêbado, que estava sempre a beber; no quarto estava o homem de negócios que passava o dia a fazer contas; o quinto planeta era habitado pelo acendedor de candeeiros que passava o dia a acender e a apagar os candeeiros, cumprindo assim sempre as ordens sem nunca as questionar; no sexto vivia o geografo que nunca sai do seu gabinete; por último, visitou o planeta Terra:
“A terra não é um planeta qualquer. Tem cento e onze reis (contado, claro está, com os reis pretos), sete mil geógrafos, novecentos mil homens de negócios, sete milhões e meio de bêbados, trezentos e onze milhões de vaidosos, ou seja, aproximadamente dois mil milhões de pessoas crescidas”  como é óbvio, um sítio com todas estás características não podia ser um sítio fácil de viver.
“Não há dúvida que as pessoas crescidas são mesmo bastante esquisitas.”
Os preconceitos sociais; (“mas ninguém o levou a sério por causa da maneira como estava vestido”) a amizade; (“nem toda a gente tem um amigo na vida”) a autocritica (se conseguires julgar-te bem a ti próprio, és um sábio) os desgostos de amor ou as ilusões são temas abordados, mas a tristeza de viver na solidão é o tema que está em destaque ao longo de todo o livro.
“Tenho uma vida terrivelmente monótona…mas se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol…Estás a ver aqueles campos de trigo ali adiante?...Os campos de trigo não me fazem lembrar nada! E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando tu me tiveres cativado, vai ser maravilhoso! O trigo é dourado e há de fazer-me lembrar de ti. E hei de gostar do som do vento a bater no trigo…"
Tal como o Saint-Exupéry pediu, este não é um livro para ler levianamente.
José Saramago escreveu um dia: “E se as histórias para crianças fossem de leitura obrigatória para os adultos?”
            Boa leitura…

domingo, 3 de junho de 2012