A 16 de Março de 1825, no Largo do Carmo
em Lisboa, nascia Camilo Castelo Branco. Mais tarde tornara-se o primeiro
escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos. Tinha
65 anos, quando a 1 de Junho de 1890 faleceu. Autor de uma vastíssima obra
literária, “A Queda dum Anjo” é, para muitos, um dos seus melhores livros.
O herói do conto é Calisto Barbuda, morgado
de Agra de Freimas, casado com a sua segunda prima D. Teodora de Figueiroa.
Calisto é um homem extremamente simples. Consegue ser eleito deputado para o
parlamento. Logo nos seus primeiros discursos ganha o respeito da plateia, são
suas bandeiras o combate à corrupção e à luxúria, defende sempre a moral dos
bons costumes antigos e ataca a liberdade dos modernos. Calisto é apontado como
um político exemplar, só que após algum tempo em Lisboa dá-se “a quedo dum
anjo”, o politico perfeito rende-se ao luxo da capital portuguesa, apaixona-se
por uma jovem e mantém uma relação ilícita como D. Ifigénia com quem acaba por
viver maritalmente e ter duas filhas. Em Angra de Freimas, a mulher do deputado
após ser abandonada por este, junta-se com Lobo Gamboa, seu primo, estes acabam
por ter um filho.
Camilo Castelo Branco critica a
sociedade de então, contudo, se as personagens não tivessem tantos bigodes e a
maneira de vestir fosse mais moderna, poderíamos pensar que esta era uma obra a
criticar a sociedade atual. Temas como o adultério, a luxúria dos políticos e a
corrupção são hoje tão modernos como foram à data da publicação desta obra.
Boa leitura…