No passado dia 16 de Agosto, fez cento e dez anos que Eça de Queiroz faleceu. Natural da Povoa de Varzim, nasceu a 25 de Novembro de 1845. Fez os primeiros estudos no Porto mas foi em Coimbra que se formou em Direito. Mais tarde, em 1870, passou a ser cônsul português em Havana, exerceu a mesma profissão em Newcastle, Bristol, e a partir de 1888 em Paris, cidade em que viria a falecer, tinha na altura cinquenta e quatro anos. São vários os seus livros que são hoje considerados clássicos da literatura. “Os Maias” é um livro obrigatório na disciplina de Português de 11º ano. “A Cidade e as Serras” é um romance escrito nos seus últimos anos de vida e publicado apenas um ano após a sua morte.
"O Homem pensa ter na cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria.” Jacinto era um representante típico das novas elites que em Paris, nos finais do século XIX, acreditavam na civilização do luxo e da razão soberana, contudo, José Fernandes, amigo desde infância de Jacinto, ao ir viver para o celebre 202 dos Campos Elísios, começa a verificar que este “sofre de fartura”, pois todo aquele luxo, toda aquela civilização já não o faz feliz. Jacinto parte para Portugal, para a aldeia de Tormes, com o pretexto de transladar os restos mortais de seus avós. Ao chegar apaixona-se pela serra e nunca mais volta a Paris.
Se no início da sua vida Jacinto apenas acredita que se pode ser feliz no luxo da cidade, é na serra que constitui família e acaba por ser feliz. Na aldeia ainda passa a ser conhecido como “pai dos pobres”.
Boa leitura…
Uma excelente escolha esta, para quem considere "Os Maias" um calhamaço demasiadamente pesado! Não é o meu caso, pois "Os Maias" continua a ser o meu preferido do autor. O único que, até agora, (ainda não li a obra toda, mas está quase! ^.^)não gostei tanto foi "O Mandarim".
ResponderEliminarBoas leituras!
Livro maravilhoso! Meu livro favorito de Eça, já li duas vezes. Sem dúvida, uma das melhores obras já escritas na língua portuguesa, sendo ao mesmo tempo irônica, sensível e profundamente reflexiva. Ímpar!
ResponderEliminarLuiz,
ResponderEliminarÉ impressionante como hoje em dia tanta gente “sofre de fartura” e não consegue ser feliz. As descrições dos cenários são maravilhosas. Julgo que um dos males da nossa sociedade é acreditar que a "civilização do luxo" é a única forma de felicidade. Relativamente a este tema, está é uma obra bastante actual.
É impressionante a forma como descreve a aldeia onde vem viver e toda a sua paisagem.
Quanto a mim de um a dez, dava-lhe nove valores, mas reconheço que está mais perto do dez do que do nove.