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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sôbolos Rios que Vão - António Lobo Antunes

António Lobo Antunes é apontado há vários anos como possível vencedor do Prémio Nobel da Literatura. São já muitos os prémios literários por ele conquistados, em 2005 foi-lhe atribuído o Prémio Jerusalém, em 2007 o Prémio Camões, em 2008 o governo francês atribuiu-lhe o título de Comendador da Ordem das Artes e das Letras francesas. Sôbolos Rios que Vão é o seu mais recente trabalho.
A história começa a 21 de Março e termina a 4 de Abril de 2007, a data corresponde ao tempo em que Antunes esteve internado num hospital com um problema nos intestinos, e é no hospital que “Antonino” nos dá a conhecer o inevitável da vida: que todos nós um dia temos que chegar á foz de um rio (“e não é preciso contar-lhe, sabia, bastava a certeza de chegar à foz”) e tal como as águas do rio, até chegarmos á foz temos muito caminho a percorrer. Nessa caminhada a personagem recua até a infância, outras vezes até há idade de adulto e também relata o que está a acontecer no hospital, (“e que curioso haver sido outro e depois outro até ao homem de hoje (…), aos cinco um senhor a tocar piano e a rodar no banco (…) aos dezassete a empregada para ele – Você não é o seu pai (...) aos quarenta um enjoo de para quê, uma mulher ao seu lado e ele – Não me abandones”). No texto, a personagem avança e recua no tempo conforme o seu pensamento.
Com este trabalho, António Lobo Antunes, tem o poder de nos conseguir fazer reflectir sobre a vida, somos obrigados a relembrar o nosso passado, assim como pensar sobre o nosso futuro. Como os livros dos grandes escritores este é um livro difícil de esquecer.
Boa leitura…

11 comentários:

  1. Olá Tiago,
    Parabéns pelas boas leituras.
    Ainda não encontrei coragem para "pegar" em António Lobo Antunes.
    Talvez seja agora...

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  2. Cara Teresa,
    Sôbolos Rios que vão é um livro de difícil leitura. O texto que lê-mos, são os pensamentos da personagem. Por vezes, ele está a falar da sua infância, logo de seguida passa para o hospital, um pouco depois fala de quando tinha quarenta anos, desta forma, por vezes, torna-se complicado seguir para onde o autor nos quer levar. Contudo, o texto é tão rico que estou em quer que se lê-se mais duas ou três vezes iria descobrir coisas que tinham-me passado ao lado.
    Certamente que vou ler mais livros de Lobo Antunes pois gostei bastante.

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  3. Retribuindo a visita:
    A dificuldade entusiasma-me. Em Lobo Antunes, encontro a criação de dificuldade de leitura, não como necessidade intrínseca da história,mas sim como processo de criar efeito de originalidade... e, disso, eu não gosto.
    Maria Almira Soares

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  4. Cara Maria A. Soares,

    Não concordo consigo, acho que a historia tem muito a ganhar como a forma como Lobo Antunes a escreve. Neste livro, a personagem está deitada numa cama do hospital e o único contacto que tem com o exterior é uma janela. O que o autor nos dá a conhecer são os pensamentos da personagem. Nos pensamentos muitas vezes saltamos de um período para outro, é isso que A. Lobo Antunes faz. Quanto a mim também é esse facto que torna o livro de difícil leitura, mas acho que além de ser uma escrita bastante original a história também ganho bastante com isso.

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  5. Obrigada pela indicação.
    Gostei do livro.
    Gábi

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  6. Redonda,

    É bom saber que gostou da minha indicação. Obrigado pelo seu comentário.

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  7. Não sei se meu comentário é devido, Tiago, mas do autor li "As Naus" e fiquei com a sensação de tratar-se de um autor somente "para iniciados", distante do público comum -onde me incluo. Vou tentar Sôbolos, seguindo sua indicação.

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  8. Benilson,

    De A. Lobo Antunes apenas li este livro, estou há espera que publique outro para o comprar. Não percebi o que quer dizer "somente para iniciados", gostava que desenvolve-se para podermos trocar ideias.

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  9. Olá. Espero que não se incomode com a citação integral do seu artigo nos espaços sobre ALA (ala.pt.la e alawebpage.blogspot.com). Caso se oponha escreva para alaptla@gmail.com.

    Obrigado.

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  10. José

    Por mim tudo bem.
    Parabéns pelo blog, os diferentes pontos de vista é sem dúvida uma mais-valia para nós leitores.

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