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sábado, 4 de setembro de 2010

A Cidade e as Serras - Eça de Queirós

No passado dia 16 de Agosto, fez cento e dez anos que Eça de Queiroz faleceu. Natural da Povoa de Varzim, nasceu a 25 de Novembro de 1845. Fez os primeiros estudos no Porto mas foi em Coimbra que se formou em Direito. Mais tarde, em 1870, passou a ser cônsul português em Havana, exerceu a mesma profissão em Newcastle, Bristol, e a partir de 1888 em Paris, cidade em que viria a falecer, tinha na altura cinquenta e quatro anos. São vários os seus livros que são hoje considerados clássicos da literatura. “Os Maias” é um livro obrigatório na disciplina de Português de 11º ano. “A Cidade e as Serras” é um romance escrito nos seus últimos anos de vida e publicado apenas um ano após a sua morte.
"O Homem pensa ter na cidade a base de toda a sua grandeza e só nela tem a fonte de toda a sua miséria.” Jacinto era um representante típico das novas elites que em Paris, nos finais do século XIX, acreditavam na civilização do luxo e da razão soberana, contudo, José Fernandes, amigo desde infância de Jacinto, ao ir viver para o celebre 202 dos Campos Elísios, começa a verificar que este “sofre de fartura”, pois todo aquele luxo, toda aquela civilização já não o faz feliz. Jacinto parte para Portugal, para a aldeia de Tormes, com o pretexto de transladar os restos mortais de seus avós. Ao chegar apaixona-se pela serra e nunca mais volta a Paris.
Se no início da sua vida Jacinto apenas acredita que se pode ser feliz no luxo da cidade, é na serra que constitui família e acaba por ser feliz. Na aldeia ainda passa a ser conhecido como “pai dos pobres”.
Boa leitura…

3 comentários:

  1. Uma excelente escolha esta, para quem considere "Os Maias" um calhamaço demasiadamente pesado! Não é o meu caso, pois "Os Maias" continua a ser o meu preferido do autor. O único que, até agora, (ainda não li a obra toda, mas está quase! ^.^)não gostei tanto foi "O Mandarim".
    Boas leituras!

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  2. Livro maravilhoso! Meu livro favorito de Eça, já li duas vezes. Sem dúvida, uma das melhores obras já escritas na língua portuguesa, sendo ao mesmo tempo irônica, sensível e profundamente reflexiva. Ímpar!

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  3. Luiz,

    É impressionante como hoje em dia tanta gente “sofre de fartura” e não consegue ser feliz. As descrições dos cenários são maravilhosas. Julgo que um dos males da nossa sociedade é acreditar que a "civilização do luxo" é a única forma de felicidade. Relativamente a este tema, está é uma obra bastante actual.
    É impressionante a forma como descreve a aldeia onde vem viver e toda a sua paisagem.
    Quanto a mim de um a dez, dava-lhe nove valores, mas reconheço que está mais perto do dez do que do nove.

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