Aos 38 anos, “a máquina de fazer espanhóis” é o quarto romance de Valter Hugo Mãe. Natural de Saurimo, em Angola, o autor vive actualmente em Vila do Conde. Faz da sua forma de escrever uma “imagem de marca” pois nunca utiliza as maiúsculas nos seus trabalhos. Segundo o autor, com isso, consegue estar mais próximo do modo como falamos, pois as pessoas não falam com maiúsculas. Em 2007 foi galardoado com o Prémio Literário José Saramago.
“a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa mesma tarde, trouxeram a imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma.” E foi assim que o senhor Silva chegou ao “feliz idade”, nome que tinha o lar para onde foi viver. Esta é uma história trágica e divertida de alguém, que aos 84 anos, vê toda a sua vida transformada após a morte da “mulher que amou e com quem partilhou tudo durante meio século.”
Um livro polémico e bastante corajoso onde o autor critica os lares (“feliz idade, assim se chama o matadouro para onde foi metido”), critica também a crença em Fátima e em Deus (“não há nossa senhora, não há deus, e fátima é só um lugar onde as pessoas ficaram doentes da cabeça”), fala da nossa história, mas é, sobretudo, uma crítica a sociedade actual e ao modo como lidamos com os nossos idosos.
Boa Leitura…
“a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa mesma tarde, trouxeram a imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma.” E foi assim que o senhor Silva chegou ao “feliz idade”, nome que tinha o lar para onde foi viver. Esta é uma história trágica e divertida de alguém, que aos 84 anos, vê toda a sua vida transformada após a morte da “mulher que amou e com quem partilhou tudo durante meio século.”
Um livro polémico e bastante corajoso onde o autor critica os lares (“feliz idade, assim se chama o matadouro para onde foi metido”), critica também a crença em Fátima e em Deus (“não há nossa senhora, não há deus, e fátima é só um lugar onde as pessoas ficaram doentes da cabeça”), fala da nossa história, mas é, sobretudo, uma crítica a sociedade actual e ao modo como lidamos com os nossos idosos.
Boa Leitura…
Muito boa leitura. Uma grande obra mesmo.
ResponderEliminar"Se fosse um autor mais mediático, gostava de ouvir o que a Igreja tinha para dizer sobre ele." Eu também..
Boa sugestão!
ResponderEliminarObrigado Simão.
EliminarEste livro faz parta da lista dos melhores livros que li até hoje.
maravilhoso - é livro que não se esquece
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