O corpo dum homem rico é como uma almofada de algodão da melhor qualidade, branca, macia e sem marcas. Os nossos são diferentes. A coluna vertebral do meu pai era corda cheia de nós, do género do que as mulheres usam nas aldeias para tirar água dos poços; as clavículas descreviam uma curva em alto-relevo à volta do pescoço, como uma coleira de cão; golpes, incisões e cicatrizes, como pequenas mascas deixadas por um chicote, percorriam-lhe o peito e a cintura, chegando-lhe abaixo dos ossos da bacia até às nádegas. A história dum homem pobre está-lhe escrita no corpo, com uma caneta de ponta aguçada.
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/04/aravind-adiga-o-tigre-branco.html
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