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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão

   


Infelizmento, tanto nas guerras como na política só se luta pelo pode...

      “- Quer dizer – sorriu o coronel Aureliano Buendía quando terminou a leitura – que só estamos a lutar pelo poder.
            - São reformas tácticas – replicou um dos delegados. – Por agora, o essencial é dilatar a base popular da guerra. Depois se verá.
            Um dos assessores políticos do coronel Aureliano Buendía apressou-se a intervir.
            - É um contra-senso – disse. – Se estas reformas são boas, quer dizer que o regime conservador é bom. Se com elas conseguimos dilatar a base popular da guerra, quer dizer que o regime tem uma imensa base popular. Quer dizer, em resumo, que durante quase vinte anos estivemos a lutar contra os sentimentos da nação.
            Ia prosseguir, mas o coronel Aureliano Buendía interrompeu-o com um gesto. «Não perca tempo, doutor», disse. «O que importa é que a partir deste momento só lutamos pelo poder.»(…)
            (…) Os seus homens entreolharam-se consternados.
            - Perdoar-me-á, coronel – disse suavemente o coronel Gerineldo Márquez -, mas isto é uma traição.
            O coronel Aureliano Buendía deteve no ar a pena já com tinta e descarregou sobre ele o peso da toda a sua autoridade.
            - Entregue-me as suas armas.
            (…)
            - Fica à disposição dos tribunais revolucionários.”

Sugestões de leitura e citações de livros de Gabriel García Márques:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/Gabriel%20Garc%C3%ADa%20M%C3%A1rquez

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