"Claudia! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails, e contactos no facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio, falam sem cessar; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertios, "leves", dispóníveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão."
Excerto página 119
Sugestão de leitura de No Teu Deserto de Miguel Sousa Tavares:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/No%20Teu%20Deserto
Oi Tiago, respondi seu comentário lá no blog...acho que isso rende uma boa conversa. A citação que mais me marcou foi o primeiro parágrafo, que brinca com a própria ficção, ou sugerindo, de leve, uma metaficção...
ResponderEliminarabs,
Olá Maira,
ResponderEliminarSim, é um inicio diferente daquele que estamos habituados, à excepção de Crónicas de uma Morte Anunciada de Garcia Marques, não conhece outro livro que logo no inicio saibamos que a personagem no fim morre.
Isso também significa que essa morte é irrelevante para o essencial do livro, se o fosso o autor não revelava logo no inicio. A meu ver, as conclusões que ele tira daquela morte são a parte mais importante do livro.
Claro que esta é apenas a opinião do leitor que sou.