Camus foi um dos homens “que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”. “O Estrangeiro” é apontado por muitos como um dos maiores marcos literários do século XX. Em 1957, quinze anos após a publicação do livro, a Academia Sueca distinguia-o com o Premio Nobel da Literatura, na altura o Argelino tinha apenas quarenta e quatro anos.
“Meus senhores, um dia depois da morte da sua mãe, este homem tomava banhos no mar, iniciava relações com uma amante e ia rir a gargalhada num filme cómico” mas não fica por aqui o absurdo ou a falta dele desta personagem, pois antes da morte da sua mãe, também não ia visita-la ao lar, pois ocupava-lhe o Domingo. Quem ficou aborrecido com a morte da mãe foi o seu patrão, não por uma razão sentimental, mas porque lhe tinha que dar dois dias. Aceita casar com Maria, mas respondeu “que tanto lhe fazia”, acaba por não casar, pois matou um árabe e por não ser casado com ela, os guardas não queriam que Maria o visse na prisão. No julgamento, que tem uma forte divulgação, pois os jornalistas tiveram que aproveitar a história pois não havia melhor, o que acaba por chocar mais o juiz é o facto de não acreditar em deus. A sentença, essa poderia ser diferente, se fosse dada a outra hora do dia, mas foi dada às cinco da tarde.
Um livro intrigante que além da personagem principal ter um comportamento absurdo, temos a certeza de que a sua principal característica é a lucidez implacável.
Boa leitura…
Olá
ResponderEliminarLi este livro há uns anos largos mas recordo que gostei muito.
Boa leitura;)
Tiago, não gostei muito deste livro. O personagem principal me pareceu desprovido de emoção. Gostaria de saber porque ele entra na sua lista dos dez mais...
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarVi que estas a ler "O principezinho". Eu já o reli várias vezes. Fico á espera da tua opiniao.
Boa leitura
Leitora,
ResponderEliminarÉ impressionante a lucidez que a personagem mantém ao longo do livro. É sem duvida um grande clássico da literatura mundial.
Gisela,
ResponderEliminarReconheço que O Estrangeiro não é um livro fácil. Além de ser um livro bastante pequeno, demorei algum tempo a lê-lo. Concordo quando afirma que a personagem é totalmente desprovida de emoção, mas repare, ela nunca mente ao longo de todo o livro e é por isso que dissemos que tem um comportamento absurdo, quando na realidade muitas vezes temos os mesmos pensamentos que esta personagem, só que “gostamos de ficar bem na fotografia” e claro está, rendemo-nos às normas sociais.
Repare, quantos pessoas não se casam só para não contrariar a outra pessoa; quantas pessoas são julgadas socialmente porque acreditam numa certa crença; na justiça quantas vezes a sentença seria diferente se fosse dado por outro juiz; ou ainda, quantas pessoas não vão visitar os seus pais, arranjando para esse facto “mil e uma desculpa”, quando na realidade é o comodismo que os impede de os ir visitar. Para mim o que me encantou em Camus foi a sua forma irónica de criticar o absurdo do comportamento humano. Muitos de nós, bastava ter-mos uma característica desta personagem, (não mentir) para que a sociedade disse-se que tínhamos um comportamento tão absurdo como a personagem deste livro
Miguel,
ResponderEliminarSim, já acabei de ler o livro. Quanto o estava a ler lembrava-me varias vezes do que Saramago dizia relativamente a certos livros infantis: deviam ser de leitura obrigatória para os adultos. Este é sem dúvida um deles. Uma frase do livro espelha bem o seu conteúdo:" Não há dúvida de que as pessoas crescidas são mesmo bastante esquisitas".
Li este livro porque ia ver a peça de teatro “O Principezinho na Quinta da Regaleira”, infelizmente a chuva não ajudou e impossibilitou a realização da peça. Foi pena, pois seria um ponto de vista diferente do meu relativamente a obra. Por vezes, descobrimos coisas maravilhosas com o ponto de vista dos outros.
Tenho esse livro na estante da Biblioteca em que trabalho e ainda não o li. Mas senti-me muito tentada a ler depois de ouvir sua sugestão e suas considerações a respeito da obra.
ResponderEliminarAgradeço a sugestão.
Olá deise,
EliminarEste é um livro pequeno, mas para se ler com tempo, pelo menos eu tive que reler certas partes.
Foi pena Camus ter morrido tão novo, certamente a literatura tinha ganho se aquele trágico acidente não tivesse ocorrido.
Tenho este livro debaixo de olho :)
ResponderEliminarOlá Simão,
ResponderEliminarÉ um livro muito filosófico, de difícil leitura, mas no final a recompensa é enorme.