Seguidores

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Breve comentário sobre O filho de mil homens de Valter Hugo Mãe


Já acabei de ler "O filho de mil homens".
Não senti o tsunami que senti quando li "a máquina de fazer espanhóis", mas fiquei com uma certeza, tal como o autor também "queria muito ser pai de mil homens e mais mil mulheres.
De um a dez, nota oito. Admito, no entanto, que com o passar do tempo possa rever a avaliação para nove valores. Por vezes precisamos de tempo para perceber a profundidade de uma obra.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sobre a cruel morte que Kadafi teve

José Rodrigues dos Santos em O Anjo Branco



"Porque isto, meu caro amigo, não é uma fita de Hollywood nem uma história do Mundo de Aventuras, mas a realidade da guerra. Nos filmes e nos livros os bons nunca eliminam mulheres nem crianças e só matam os maus em última instância. O mundo real não é assim."





Sugestão de leitura de O Anjo Branco de José Rodrigues dos Santos:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/05/o-anjo-branco-jose-rodrigues-dos-santos.html

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Gunter Grass - A Caixa

Gunter Grass é um dos nomes mais consagrados da literatura Alemã. O seu mais recente trabalho, “A Caixa” é uma autobiografia que começa em 1959, sendo uma continuação do seu anterior livro “Descascando a Cebola” só que, desta vez, liberta-se mais do campo político e volta-se para o universo familiar.
“A Mariechen é uma fotógrafa especial, pois possui uma câmara antiquada em formato de caixa que se chama Agra-Box e que durante a guerra sobreviveu aos danos causados por bombas, pelo fogo e pela água. Desde então, o aparelho nunca mais regulou bem ou então regula, mas de uma maneira diferente, razão pela qual é omnividente e produz imagens bem invulgares” e é através dessas fotos, sempre tiradas por Mariechen, que são um misto de ficção e realidade, que o autor, através do ponto de vista dos seus 8 filhos, nos vai desvendando a sua vida. Elas revelam-nos que teve 4 mulheres, é através das fotos sem flash que ficamos a saber como a construção do Muro de Berlim modificou a sua vida, ou ainda, o porquê de sendo ateu ter baptizado uns filhos e outros não. O Nobel da Literatura revela-nos que foi mau aluno, mas ensina-nos que numa relação é pior não falar do que discutir, é através das fotos em tom de sépia que o autor revela que passou fome e que restaurante português é sinonimo de barato.
Um livro polémico, em que Grass consegue ser crítico consigo e com os seus, mas também demonstra ternura e por vezes indiferença. Dá-nos ainda a conhecer alguns acontecimentos históricos da Alemanha.
Boa Leitura…

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

João Tordo em O Bom Inverno


Mas, Basco, até um escritor, que eu não sou, só é deus  das suas personagens. Só tem o poder de decidir o destino destas; e até elas, por vezes, lhe fogem das mãos.




Sugestão de leitura de O Bom Inverno de João Tordo:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2010/11/o-bom-inverno-joao-tordo.html

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Comissão das Lágrimas de António Lobo Antunes



No passado dia 10 de Outubro comprei o novo livro de António Lobo Antunes. O livro foi lançado no dia 30 de Setembro, ou seja 11 dias antes de eu o comprar, apenas consegui arranjar a 3º edição. Pela amostra, parece que vai ser um sucesso de vendas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Alice Viera - O Livro da Avó Alice

Alice Vieira é um nome incontornável no panorama da literatura em Portugal. O seu trabalho distingue-se sobretudo na literatura infanto-juvenil. Entre vários prémios conquistados, destaca-se o Grande Prémio Gulbenkian, galardão que foi-lhe entregue em 1994 e que distingue o conjunto da sua obra. “O Livro da Avó Alice” é o seu mais recente trabalho.
Logo no início do livro a autora avisa: “Isto não é o manual da boa avó”, “não vou teorizar sobre coisa nenhuma, não sou psicóloga nem descobri a pólvora, nem sequer vou escrever um tratado sobre a arte de ser avó”. Então o que se pode esperar deste livro de Alice Viera? “Vou apenas abrir a porta da minha casa, e deixar entrar os leitores, e esperar que partilhem e se divirtam com as nossas brincadeiras”.
“É da tradição que as avós tenham todo o tempo do mundo para os netos” contudo os tempos mudaram e hoje em dia as avós “tal como as mães, trabalham fora de casa” algumas “até têm namorados”. É da actual geração de avós que Alice Vieira fala-nos. “Nas últimas décadas, tudo mudou. O mundo não é o mesmo. As crianças não são as mesmas. E nós também não”. Ao longo do livro, não deixa de criticar certos aspectos, como o facto de as crianças estarem a ser educadas por ecrãs (“ Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs. E o vidro não cria empatia.”), também alerta para o excesso de actividade que as crianças têm (“E quando é que as crianças ouvem as moscas”). Mas, não entra em revivalismos, (“por isso, avós minhas amigas!, que nem vos passe um segundo sequer pela cabeça murmurar a frase, entre todos fatídica, ah no meu tempo”) e não deixa de frisar que os netos também ajudam as avós a adaptar-se aos tempos modernos ( E os nossos netos ensinam-nos também – e não é pouco! – a viver no seu tempo”).
Com uma escrita simples e bastante agradável, este é sem dúvida um livro para ser lido por avós, pais e netos.
Boa leitura…

domingo, 16 de outubro de 2011

O Último Homem na Torre de Aravind Adiga



Acabei de ler O Ultimo Homem na Torre. Sinceramente espera mais, não que o livro seja um mau livro, este último trabalho de Adiga é sem dúvida um bom livro, mas não esta ao nível de "O Tigre Branco". De um a dez dou-lhe nota oito, mas mais perto do sete do que do nove.

O filho de mil homens de Valter Hugo Mãe


A máquina de fazer espanhóis foi um dos melhores livros que li até hoje, escusado será dizer que as expectativas são grandes relativamente a este novo romance de Valter Hugo Mãe. Vou nas primeiras páginas, vamos ver o que me espera.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mario Vargas Llosa em A Tia Julia e o Escrevedor sobre as novelas

O que as novelas precisam de ter para serem boas, ou melhor, para terem audiência:




"Tinham de produzir, oito horas por dia, em silenciosas máquinas de escrever, essa torrente de adultérios, suicídios, paixões, encontros, heranças, devoções, casualidades e crimes (...) para iludir as tardes das avós, primas, e reformados de cada país."



Sugestão de leitura de A Tia Julia e o Escrevedor de Mario Vargas Llosa:

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Poema sobre Lisboa de Tomas Tranströmer, Premio Nobel da Literatura 2011


Lisboa

No bairro de Alfama
os eléctricos amarelos
cantavam nas calçadas íngremes.
Havia lá duas cadeias.
Uma era para ladrões.
Acenavam através das grades.
Gritavam que lhes tirassem
o retrato.

“Mas aqui!”, disse o condutor
e riu à sucapa
como se cortado ao meio,
“aqui estão políticos”.
Vi a fachada, a fachada,
a fachada e lá no cimo
um homem à janela,
tinha um óculo e olhava
para o mar.

Roupa branca no azul.
Os muros quentes.
As moscas liam cartas
microscópicas.
Seis anos mais tarde perguntei
a uma senhora de Lisboa:
“será verdade ou só um sonho meu?"














Tomas Transtromer, Prémio Nobel da Literatura 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre a medida que prevê cobrar a entrada nos museus aos Domingos de manhã

Hoje saio a notícia que o governo pretende passar a cobrar as entradas nos museus aos domingos de manhã.
 É verdade que as agências de viagem aproveitam muitas vezes esse horário para levar os seus clientes aos museus, quando na sua maioria essas pessoas têm condições económicas para pagar as entradas.
Estamos em tempo de crise, mas só posso concordar com essa medida, se for salvaguardado um dia em que todos possam entrar sem custos, para que as pessoas com menos recursos financeiros não fiquem privadas de conhecer a nossa cultura, a nossa arte, o nosso passado.


 Nenúfares

"Não é diante de uma paisagem que um jovem diz: quero ser pintor. É a olhar para um quadro que ele faz essa afirmação."

Claude Monet 1840 -1926

sábado, 8 de outubro de 2011

Tiago Salazar - Endereço Desconhecido


Acabei de ler o livro Endereço Desconhecido de Tiago Salazar.
Confesso que a desilusão é grande. Nunca vi o programa, mas o livro aborda tudo muito superficialmente, tem cenas que mais parece de um roteiro da Michelin, com os sítios para se comer e dormir. Tem bastantes entrevistas, mas são na sua maioria banais.
Outros podem ter outra opinião, mas quanto a mim está a anos-luz de autores como Gonçalo Cadilhe.

domingo, 2 de outubro de 2011

Gonçalo M. Tavares em Aprender a rezar na Era da Técnica

Sobre certos casos mediáticos que tem ocorrido lá para os lados de Oeiras e um pouco por todo o pais:

"Lenz não pôde mesmo deixar de pensar que até nas sociedades mais equilibradas e aparentemente mais justas, os homens poderosos só não matariam na rua, a frente de todos, um vagabundo, com as próprias mãos ou com uma arma, porque não queriam humilhar em publico as leis de um país."

Sugestão de leitura de Aprender a rezar na Era da Técnica:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/08/goncalo-m-tavares-aprender-rezar-na-era.html

Sugestão sobre O Senhor Eliot e as conferências.
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/04/o-senhor-eliot-e-as-conferencias.html